"O QUE SE DIZ
Que frio! Que vento! Que calor! Que caro! Que absurdo! Que bacana! Que tristeza! Que
tarde! Que amor! Que besteira! Que esperança! Que modos! Que noite! Que graça! Que horror!
Que doçura! Que novidade! Que susto! Que pão! Que vexame! Que mentira! Que confusão!
Que vida! Que talento! Que alívio! Que nada...
Assim, em plena floresta de exclamações, vai-se tocando pra frente.
Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1983. p. 1 379.
Faltam elementos de ligação entre as partes no primeiro parágrafo, mas a última frase, Assim,
em plena floresta de exclamações, vai-se tocando pra frente, produz a unidade de sentido. O texto
deixa de ser um amontoado aleatório de exclamações, adquirindo coerência e, dessa forma,
mostrando o caráter estereotipado de nossa linguagem cotidiana".
SAVIOLI, Francisco Platão & Fiorin, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2006
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